martes, 4 de noviembre de 2008

poesia
De onde vem – a voz quenos rasgou por dentro, quetrouxe consigo a chuva negrado Outono, que fugiu porentre névoas e camposdevorados pela erva?Esteve aqui – aqui dentrode nós, como se sempre aquitivesse estado; e não aouvimos, como se não nosfalasse desde sempre,aqui, dentro de nós.E agora que a queremos ouvir,como se ativéssemos re-conhecido outrora, onde está? A vozque dança de noite, no Inverno,sem luz nem eco, enquantosegura pela mão o fioobscuro do horizonte.Diz: «Não chores o que te espera,nem desças já pela margemdo rio derradeiro. Respira,numa breve inquietação, o cheiroda resina, nos bosques, eo sopro húmido dos versos».Como se a ouvíssemos.

Nuno Júdice

No hay comentarios: